segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O Dia Mundial da Filosofia Está Chegando


O Dia Mundial da Filosofia está chegando. Entre toda sorte de dias, a homenagearem santos e cidades, dedicaram unzinho a tal busca da sabedoria. A mesma sabedoria da criança em mil perguntas sobre o porquê das coisas e da natureza; natureza esta que parece já saber porque isso e aquilo, escondendo risinhos de quem sabe entre uma semente a virar árvore e outra a virar semente.
Gosto deste dia, porque desde que foi criado vem sendo comemorado de um jeito para além da teoria. Neste dia, pessoas ao redor do mundo contam mitos em teatro e poesia, tomam vinho entre riso e palavras e falam dos mistérios do Universo em plena caminhada. Foi-se a época em que os filósofos aconchegavam a mão no queixo e lá ficavam.
Ainda há quem assim faça, em bancos de praça e palanques. Mas vem surgindo uma Filosofia cuja sede é finda em filosofias como a de Platão, lutando para tirar suas idéias só do papel; é    como a de Alexandre, que ensinava em plena guerra; como a de Confúcio, pois sabe o que é honra; é como a de Giordano Bruno, pela qual não só se vale a pena morrer em plena idade média, mas se viver cotidianamente.
Há certo tempo, conheci esta Escola de Filosofia a desvelar os segredos da vida sem escurecê-los ainda mais com teorias, mas descobrir explicações em algo bem perto: nós mesmos. Nesta escola mais vale saber uma página e vivê-la como o roteiro de uma aventura do que saber mil livros e ficar careca de tentar entendê-los.
Percebi com isto que a filosofia, ao contrário dos monumentos que a retratam, não é de pedra: é a arte em mil matizes de Michelângelo, foi à guerra das Termópilas, é a Ciência indo além de um Universo, é o ser humano em 2010, retomando a sabedoria da criança e, após um dia  cheio,  perguntar a si mesmo e à janela: por quê?




Para aqueles que curtem ou querem curtir Filosofia como maneira de encontrar respostas e vivê-las, fica aqui o endereço/convite de uma Escola de Filosofia presente no Brasil e mundo afora: www.acropole.org.br - www.nova-acropole.org.br

Para os Inquietos




Quem Leu o super primeiro post deste Blog vai entender que este texto pertence às escrituras do antigo blog que mandou lembrças.



Quando penso em filosofia e quando as circunstâncias me permitem falar dela, gosto de pensar em dois filósofos: o primeiro que foi o criador do nome filosofia; o segundo, aquele que é considerado o disseminador dela para toda a humanidade ocidental.
Penso, então, em Pitágoras e Sócrates. Ambos, ao praticarem (sim, praticavam, ao invés de ficarem entre quatro paredes falando de trás de um palanque) filosofia, portavam-se de uma virtude em particular: a humildade.
Pitágoras, por exemplo, inaugurou o termo filosofia na seguinte situação: seus discípulos, não se contentando em chamá-lo apenas de mestre, resolveram chamá-lo de sábio. Pitágoras, então, corrigiu-os, dizendo que não era sábio, mas um amante, um buscador da sabedoria: em grego, um filósofo.
Sócrates eternizou-se com o seguinte postulado: “só sei que nada sei”.
Portanto, caros, o que compõe o verdadeiro significado da filosofia é a busca pelo saber, sem partir do pressuposto de que sabemos algo. Daí, tentar aprender com tudo e todos, para não perder a oportunidade de sair de um segundo para o outro menos ignorante*.
Entendo que é quase inevitavel o comodismo de aceitar conceitos impostos e imortalizados por professores e pela TV. E entendo que os tapas da educação em série das massas ainda ardam em nossos rostos. E por saber que recebemos esses tapas desde antes de formar-mos uma consciência sóbria tenho compaixão por aqueles que chamam de filósofos o ébrio, o carregador de diploma, o poliglota, ou simplemente o homem de óculos no banco da praça.
Entendo que a decadência de valores e de autocontrole de nós mesmos e do curso de nossos pensamentos nos levou a crer que, o que hoje desune os homens se chama Religião, o que expressa o feio e podre se chama Arte, aqueles que compões melodias para o dadaísmo são Músicos, e menores impúberes com cabelos rebeldes fazem Rock.
Contudo, uma vez que conhecemos o verdadeiro e puro conceito de Filosofia, que tem a ver com o resgate de valores e virtudes. Que tem a ver com inquietação ante os esquemas armados sobre como viver e morrer dentro de caixotes. Que tem a ver com buscar a mudança que queremos primeiro em nós, depois ao redor . Que tem a ver com fazerd a vida a aventura de quem não sabe o que está no passo seguinte mas que deseja chegar ao desconhecido com os próprios passos...
Ah... quando conhecemos esse significado simplório e que tanto perde encanto na minha falta de destreza ao escrevê-lo, usar o nome da Filosofia para adjetivar homens e mulheres cômodos, que em sua ignorância dizem saber tudo enquanto lixam as unhas, torna-se um ato de covardia e desrespeito.
Portanto, deixo aqui a oportunidade de possuirem uma outra alternativa a respeito do que é Filosofia.
Oportunidade que recai primeiro sobre mim mesma – que tenho certo compromisso pelo que escrevo – e para leitores que por desventura ainda pensam saber algo enquanto não sabem sequer por onde começar a praticar o que sabem.
Oportunidade de tirarem das vistas um pouco da lama colocada pela informação manipulativa e meios que tanto contribuiram para o atrofiamento de nossos pensamentos sobre tudo.
Filosofia, assim como a Poesia, não é a tradução de vesos soltos sobre torradeiras e pesadelos. Não é o cultivo de pêlos no rosto. Assim como a Arte, não é a lata de tinta que por acidente forma uma imagem.  É a explicação sobre a essência humana, sobre o verdadeiro rosto de seus sentimentos e de suas marcas na História. Sobre o que se passa conosco, com a natureza e com o Universo.
Explicação que talvez nunca nos dê o conhecimento pleno, mas que engendra uma trilha de buscas e passos que por vezes tropeçarão, mas que tropeçarão por caminharem segundo seu próprio discenimento e consciência .
Tropeços que são mais dignos e preferíveis  do que uma vida de passos retilíneos e firmes que assim o são porque andam presos a fios e correntes enlaçados em seus pés; fios e correntes guiados por mãos de rostos ocultos.

*Ignorância: segundo Platão, em “As Leis”: “amar o que é injusto e odiar o que é justo”.